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Aumento do IOF: medida regressiva que encarece crédito e mascara irresponsabilidade fiscal
A decisão do presidente Lula de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a derrubada do aumento do IOF expõe mais do que um impasse entre Poderes. Ela revela a persistência de uma lógica fiscal ultrapassada, que considera legítimo penalizar o acesso ao crédito como forma de compensar desequilíbrios nas contas públicas.
Nesse contexto, o governo justifica a medida como parte de um esforço técnico voltado à responsabilidade fiscal. No entanto, trata-se de uma política regressiva travestida de neutralidade. Na prática, encarecer o crédito penaliza justamente os segmentos mais vulneráveis da economia: trabalhadores endividados, pequenos empresários e famílias da classe média, já afetados por juros elevados e inflação persistente.
Além disso, o IOF incide sobre operações cotidianas como empréstimos pessoais, financiamentos, uso do rotativo do cartão de crédito e antecipação de recebíveis. Ao aumentar essa alíquota, o governo onera um instrumento que deveria oferecer alívio financeiro em momentos de dificuldade. Não se trata de um ajuste neutro, mas de uma escolha com efeitos sociais significativos.
Convém lembrar, ainda, que o IOF é um dos tributos mais regressivos do sistema brasileiro. Ele incide de forma uniforme, independentemente da renda, atingindo proporcionalmente mais aqueles com menor acesso a crédito em condições justas. Enquanto isso, setores econômicos mais estruturados continuam beneficiados por regimes especiais e renúncias fiscais pouco transparentes.
Diante disso, recorrer ao STF após a decisão do Congresso evidencia uma inversão de prioridades. Em vez de enfrentar as distorções do sistema tributário — que tributa consumo, isenta patrimônio e perpetua desigualdades — opta-se por ampliar a carga sobre a base da pirâmide. O resultado é previsível: menor capacidade de consumo, freio ao investimento de pequeno porte e entraves à retomada econômica.
O argumento de que a arrecadação extra financiará políticas sociais ignora um ponto: arrecadar mais dos que menos têm não é justiça fiscal. É má alocação de recursos com discurso social. O Brasil precisa, sim, de responsabilidade fiscal, mas isso começa pela revisão dos gastos, não pela ampliação de impostos.
Nesse sentido, a judicialização desse tipo de medida levanta questões sobre a separação dos Poderes. Quando o Executivo busca o respaldo do Judiciário para manter um aumento rejeitado pelo Legislativo, há um desequilíbrio institucional que compromete a legitimidade das decisões de política econômica.
Por fim, é necessário destacar que o verdadeiro problema fiscal do Brasil não está na arrecadação, mas na qualidade do gasto público. Um Estado que consome cerca uma fatia considerável do PIB e entrega pouco precisa repensar suas prioridades. Aumentar tributos é o caminho mais fácil, enfrentar ineficiências, privilégios e subsídios mal alocados é a tarefa que segue sendo adiada.
Em suma, a tentativa de manter o aumento do IOF é um sintoma de um modelo esgotado, um modelo que opta por encarecer o crédito dos que mais precisam em vez de enfrentar os desequilíbrios estruturais que impedem o avanço de uma política fiscal eficiente.
Mateus Vitoria Oliveira, Diretor Executivo da Private Log
A Private Log é um empreendimento logístico da construtora Private no Espírito Santo. Com mais de 620 mil m² de galpões sustentáveis e infraestrutura multimodal, oferece soluções de armazenagem, transporte e distribuição de cargas, unindo escala, tecnologia e sustentabilidade para apoiar a cadeia de suprimentos nacional e internacional.

Veja como os senadores votaram no aumento do número de deputados
Com 42 votos a favor e 33 contrários, o Senado aprovou nesta quarta-feira (25) o PLP 177/2023, que aumenta o número de deputados federais de 513 para 531.A proposta já havia sido aprovada pelos deputados. Agora, o projeto volta à Câmara e pode ser votada ainda nesta quarta-feira. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), deixou de presidir a votação para votar favoravelmente ao projeto. Segundo a Mesa Diretora da Câmara, a criação de cada vaga para deputado poderá causar um impacto anual de aproximadamente R$ 3,6 milhões.O aumento de 18 deputados no Congresso custaria R$ 64,6 milhões por ano aos cofres públicos.
PS: Os senadores que não votaram ou se abstiveram foram: Angelo Coronel, Chico Rodrigues, Flávio Arns, Jorge Kajuru, Jorge Seif, Margareth Buzetti, Nelsinho Trad.
Votaram SIM para o aumento do número de deputados:
Votaram NÃO para o aumento do número de deputados:

Nota Técnica - Reforma Administrativa
O Brasil gasta mais de R$ 1,1 trilhão por ano com salários e aposentadorias do setor público — cerca de 13% do PIB, o dobro da média da América Latina e acima da OCDE. Mesmo assim, os serviços que chegam à população continuam ruins.
Para mudar esse cenário, o Ranking dos Políticos divulgou uma nova Nota Técnica com 15 propostas objetivas para a Reforma Administrativa. O foco: reduzir privilégios, cortar supersalários, valorizar os bons servidores e acabar com distorções que penalizam quem paga impostos.
Entre as medidas, estão:
Avaliação de desempenho obrigatória
Fim do efeito cascata nos reajustes salariais
Redução de salários iniciais
Demissão por baixo desempenho com critérios objetivos
Revisão de cargos obsoletos
Se aprovadas, as propostas podem gerar uma economia de até R$ 1 trilhão em 10 anos, segundo estimativas da equipe econômica federal.
Para o Ranking dos Políticos, a reforma é urgente e inadiável. O atual modelo, criado na década de 1980, é injusto com os contribuintes, engessa o serviço público e protege maus servidores.
Confira a nota técnica completa e conheça as 15 soluções para um Estado mais justo e eficiente: